Agência Câmara
BRASÍLIA - No primeiro turno das eleições deste ano, 25% dos eleitores
optaram por votar em branco, votar nulo ou simplesmente não votar. Foram
35 milhões de votos que deixaram de ser contabilizados. De 2008 para
2012, o aumento de votos brancos e nulos foi de quase 23%.
Para o cientista político João Paulo Peixoto, vários fatores explicam esse cenário: "A lentidão na renovação dos quadros políticos, o distanciamento dos partidos dos problemas reais da população, enfim, uma série de escândalos e o noticiário negativo da política que todo dia se toma conhecimento."
João Paulo Peixoto acredita que a Ficha Limpa e o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do caso conhecido como mensalão irá mudar a maneira de fazer política no Brasil. Ele ressalta que as mudanças são urgentes, já que, mesmo com suas falhas, a política é fundamental para uma sociedade civilizada.
Criminalização da política
O jornalista Paulo Moreira Leite analisa que, ao julgar que houve compra de apoio político no Congresso, o STF criminalizou a política. "O pressuposto de tudo que acontece no Congresso é que os votos estão sendo comprados e, não, que possa haver alianças políticas. O pressuposto é que você está sempre fazendo uma negociata e, não, que você esteja montando um governo com aliados parecidos e outros mais diferentes de você, como sempre acontece no mundo inteiro."
Paulo Moreira Leite avalia que, se existem distorções no atual sistema de arrecadação para o financiamento de campanha, elas precisam ser resolvidas com uma reforma política.
Essa também é a opinião do deputado Luiz Couto (PT-PB). No entanto, ele diz que o julgamento do mensalão não afetou o Partido dos Trabalhadores, que foi o partido que recebeu mais votos em todo o País. Mas ele reconhece que o aumento de brancos e nulos sinaliza o descontentamento da população.
Para mudar esse quadro, Couto aposta em uma reforma política, “fazendo um debate profundo sobre o processo de corrupção no nosso País”. Segundo o deputado, se essa reforma não for feita, “vamos continuar tendo escândalos atrás de escândalos e aí normalmente a mídia vai se utilizar disso, tentando jogar contra um ou outro partido".
Mensalão
Já o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), opina que o aumento de votos inválidos, brancos e nulos, pode ter alguma relação com o julgamento no STF. Mas, para ele, o maior impacto do caso conhecido como mensalão só será conhecido nos próximos dois anos.
"Seguramente, daqui a um tempo, fora do ambiente da emoção da eleição municipal, é que se terá uma leitura mais clara do verdadeiro impacto do julgamento do mensalão”, acredita Bruno. “E aí eu lhe confirmo e digo com muita assertiva: seguramente esse impacto é muito menos nesta eleição e muito mais daqui pra frente, no conceito, na nova forma de quem está na vida pública e do eleitor encarar esse novo momento da vida política brasileira."
Neste domingo, mais uma vez os brasileiros irão expressar a vontade popular. E votar em branco ou nulo é uma das possibilidades garantidas pela democracia.
Fonte: DCI
Para o cientista político João Paulo Peixoto, vários fatores explicam esse cenário: "A lentidão na renovação dos quadros políticos, o distanciamento dos partidos dos problemas reais da população, enfim, uma série de escândalos e o noticiário negativo da política que todo dia se toma conhecimento."
João Paulo Peixoto acredita que a Ficha Limpa e o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do caso conhecido como mensalão irá mudar a maneira de fazer política no Brasil. Ele ressalta que as mudanças são urgentes, já que, mesmo com suas falhas, a política é fundamental para uma sociedade civilizada.
Criminalização da política
O jornalista Paulo Moreira Leite analisa que, ao julgar que houve compra de apoio político no Congresso, o STF criminalizou a política. "O pressuposto de tudo que acontece no Congresso é que os votos estão sendo comprados e, não, que possa haver alianças políticas. O pressuposto é que você está sempre fazendo uma negociata e, não, que você esteja montando um governo com aliados parecidos e outros mais diferentes de você, como sempre acontece no mundo inteiro."
Paulo Moreira Leite avalia que, se existem distorções no atual sistema de arrecadação para o financiamento de campanha, elas precisam ser resolvidas com uma reforma política.
Essa também é a opinião do deputado Luiz Couto (PT-PB). No entanto, ele diz que o julgamento do mensalão não afetou o Partido dos Trabalhadores, que foi o partido que recebeu mais votos em todo o País. Mas ele reconhece que o aumento de brancos e nulos sinaliza o descontentamento da população.
Para mudar esse quadro, Couto aposta em uma reforma política, “fazendo um debate profundo sobre o processo de corrupção no nosso País”. Segundo o deputado, se essa reforma não for feita, “vamos continuar tendo escândalos atrás de escândalos e aí normalmente a mídia vai se utilizar disso, tentando jogar contra um ou outro partido".
Mensalão
Já o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), opina que o aumento de votos inválidos, brancos e nulos, pode ter alguma relação com o julgamento no STF. Mas, para ele, o maior impacto do caso conhecido como mensalão só será conhecido nos próximos dois anos.
"Seguramente, daqui a um tempo, fora do ambiente da emoção da eleição municipal, é que se terá uma leitura mais clara do verdadeiro impacto do julgamento do mensalão”, acredita Bruno. “E aí eu lhe confirmo e digo com muita assertiva: seguramente esse impacto é muito menos nesta eleição e muito mais daqui pra frente, no conceito, na nova forma de quem está na vida pública e do eleitor encarar esse novo momento da vida política brasileira."
Neste domingo, mais uma vez os brasileiros irão expressar a vontade popular. E votar em branco ou nulo é uma das possibilidades garantidas pela democracia.
Fonte: DCI
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