Por Wilson Cabral

Conjunto de circunstâncias que constroem a política indicará composições majoritárias de 2012

 

Caldeirão político em Baraúna: alguns querem servir. Outros querem ser servidos!

 

Muita especulação sobre composições de chapas. Tanto para prefeito como para vice.

Sabemos que o cargo de prefeito é o mais almejado de todos. Pela primazia de servir ao povo, pelo status e pelo poder de administrar um orçamento milionário durante quatro anos.

Estima-se que o próximo prefeito de Baraúna venha a gerir R$ 240.000.000,00(duzentos e quarenta milhões de reais) pelos próximos quatro anos (2013 a 2016), fora convênios, acordos e termos de cooperação técnica firmados com outros entes da federação (União e Estado). Não é para qualquer um tamanha responsabilidade. Tem que ter cuidado para não colocar os destinos de nossa terra em mãos erradas.

No caso de vice-prefeito, vemos que apesar do cargo ser utilizado apenas em ocasiões de afastamento temporário e vacância do titular, em Baraúna os ânimos se exaltaram recentemente quanto a possibilidade de indicação, antes mesmo de definir quem serão os cabeças de chapas. A máxima aplicada por Carlos Eduardo em Natal de que “vice é vice”, pode também ser aplicada noutro contexto: “ex é ex”.

Mas porque isso vem acontecendo? Porque tantas especulações em um ambiente de pouca concretude?

Essas expectativas se exaltam à medida da aproximação do pleito, das datas do calendário eleitoral, visto que nada está definido. A exaltação é um sinal inequívoco das indefinições.

As indefinições borbulham no caldeirão da política baraunense, fazendo alguns imaginarem já sentado(a) na cadeira de prefeito e outros já devaneiam sendo vice. Em vão, pois somente a medida do tempo acalentará e harmonizará os contrastes, muitas vezes, gerados por interesses meramente pessoais.

Estou convicto que essas questões só poderão ser definidas em um processo lento, cuidadoso, perspicaz e amadurecido de escolhas entre os partidos que permitam formalizar uma grande coalizão, não cabendo agora, antecipar fatos longínquos.

Compartilho a idéia que "pela distância temporal que nos afasta das eleições, pelas circunstâncias que constroem a política e pela impossibilidade de saber quem estará com melhores condições quando da escolha dos nomes" apontar indicativos agora é inócuo, a exemplo do que vem ocorrendo em Mossoró (Leia aqui matéria postada no blog do Tio Colorau).

Na minha singela opinião “é muito cedo e o momento agora é de fortalecer as bases partidárias para formatar uma grande aliança em torno do principal nome que pode vir a dirigir nosso município. A escolha de vice é uma conseqüência da primeira com critérios circunstanciais que só o tempo e os movimentos haverão de definir".

Entretanto, podemos apenas lembrar dos principais agentes operadores da política local com suas condições favoráveis – e desfavoráveis, que certamente serão levadas em consideração, nos remetendo a confabular na expectativa que tempos mais adiante, virem a formatar uma chapa forte:

LUCIANA OLIVEIRA: as pesquisas apontam seu favoritismo. Porém, um fato novo abalou o principal nome da oposição: recentemente o prefeito foi à imprensa e lançou dúvidas sobre a possibilidade ou não de sua candidatura por questões jurídicas. Assegura o prefeito que pode torná-la inelegível, o que seria uma catástrofe para a oposição e o grupo sentiria dificuldades em conseguir segurar a boa expectativa do eleitorado depositada em Luciana. Sabemos que, não havendo obstáculos judiciais, Luciana Oliveira será indicada em convenção como candidata a Prefeita da oposição. A falta de recursos financeiros suficientes para manter um ritmo de campanha contra um sistema rico e a falta de apoio do Governo do Estado e do Município são os maiores problemas, caso Luciana Oliveira se confirme candidata na cabeça de chapa. Hoje, é a “prefeita de férias” da cidade, bordão aplicado e utilizado na política para determinados candidatos que possuem grande lastro de aceitação popular.

FÁBIO MOURA: por não ter mudado de partido, apesar de ter boa aceitação encontra-se atualmente totalmente dependente dos interesses de José Araújo, pois sua legenda, o DEM, possui interesses próprios de lançar candidato a prefeito (leia-se José Araújo) ou aliar-se em outro projeto que seja simpático às ideologias do Democratas.Por isso as chances de Fábio Moura vir a ser cabeça ou vice de alguém se esbarram nos interesses do cacique democrata. Suas boas condições financeiras muitas vezes são vistas como potencial eleitoral, mas sem sombra de dúvidas, acredito que não pode misturar o privado e o público. O que se consegue com muito trabalho não pode ser jogado fora, ainda mais num jogo duvidoso como a política. Outro ponto que pesa contra Fábio Moura é que o advogado nunca conseguiu definir linha própria, sempre estando indeciso e, muitas vezes, atuou em defesa do atual prefeito quando muitos estavam lutando na oposição.

JOSÉ ARAÚJO: tem seu nome colocado e lembrado para ser candidato a prefeito. Especula-se que sua filha pode vir a ser vice numa aliança com o PMDB de Gilson Professor, porém, o líder Democrata demonstra que não se interessa em compor-se com o PMDB local por mágoas passadas e segue em linha própria pelo DEM, exceto se o PMDB for ser vice de Araújo.Goza de prestígio e confiança com o casal Carlos Augusto/Rosalba, o que é um diferencial caso venha a ser candidato ou apóie um projeto alternativo. Por ser exemplo de probidade e por ter o controle absoluto do DEM seu nome ainda encontra-se em evidência na política depois de um longo período de inatividade.

ADJANO BEZERRA: é um bom nome, contudo, só vem a ser candidato na majoritária se o PMDB não se compor com nenhum outro partido. Isso porque, a chapa puro-sangue só é viável acontecer nessa circunstância. Há inclusive a possibilidade de Adjano encabeçar a chapa como candidato a prefeito na impossibilidade de Luciana Oliveira. É o sonho de Adjano.

RITINHA BEZERRA: vem sendo sondada a possibilidade de Ritinha também vir a se compor em uma chapa majoritária, como vice. Porém, sua família vem seguindo coesa para permitir mais uma vez a representação na Câmara Municipal. Adauto Bezerra apóia abertamente a candidatura de Wilson Cabral a vereador, o que já foi discutido e tornado consenso na família esse apoio em conversa com Aderson Bezerra. Entre o certo e o duvidoso, Ritinha prefere acompanhar a família. É mais seguro.

CLAUDEMBERG EMÍDIO: filiado ao PSDB, sempre se destacou nos bastidores, em atividades técnicas e burocráticas. Tornou-se evidência na política quando a oposição mais necessitava de um apoio de arregimentar forças, Berguinho buscou formatá-la para tornar a oposição sólida e independente, o que condicionou a oposição viver o seu atual e bom momento. Conseguiu reunir condições políticas para a oposição se alinhar em torno de um conjunto de idéias. Recentemente idealizou o Conselho Suprapartidário da Oposição que reúne todos os partidos da oposição. Com livre trânsito e por ser pacificador, circula com facilidade em quase todos os partidos da oposição, da situação, de lideranças comunitárias, de vereadores e servidores públicos. Seu nome tem sido lembrado pelas incansáveis lutas em defesa da oposição e por manter sempre viva a chama do compromisso com os servidores públicos do município e dos menos favorecidos. Atualmente conduz uma grande aliança que tem como objetivo conciliar o alinhamento para o pleito vindouro. Foi secretário de Administração e Finanças, bem como, Assessor Técnico do Município durante um longo período – desde 1993, época que construiu relações de confiança com os ex-prefeitos José Araújo Dias(DEM), Francisco Gilson de Oliveira(PMDB) e Aldivon Nascimento(PR). Idealizou o movimento “Baraúna para os baraunenses”, foi responsável por toda a condução técnica que devolveu a adimplência a Baraúna no ano de 2007, idealizou os décimos extras (14º, 15º... até 18º.) em favor dos professores com sobras residuais dos recursos do extinto Fundef, possibilitou a criação do Programa Agentes Solidários (que combate a Evasão Escolar), organizou e reformulou a atual Estrutura Administrativa, permitindo o enxugamento da máquina e a priorização em obras de infra-estrutura, conduziu e implantou políticas que favorecem o servidor público, bem como, implantou o Plano de Saúde para os servidores da prefeitura, dentre outras importantes ações. Na oposição, vem sendo citado por seu modo arrojado de conduzir, ouvir e montar estratégias com foco no resultado. Além de está filiado ao PSDB, possui grande influência em partidos como o PRB, PTB, PDT, PT e possui livre trânsito e boas relações com o DEM de José Araújo, a qual especula-se uma grande aliança com o partido araujista.

GILSON PROFESSOR: esposo de Luciana, “o professor” ou simplesmente “GP” como é mais conhecido e carinhosamente citado por seus companheiros. Francisco Gilson de Oliveira, foi prefeito por dois mandatos, sendo um pelo extinto PFL e outro pelo PMDB, chegando pela primeira vez (1996) a Chefia do Executivo pelas mãos de José Araújo Dias(DEM). Acumula uma grande experiência como homem público e político. É um exímio articulador, não faz outra coisa a não ser operar política. Porém, não pode ser candidato por questões judiciais. Para manter-se em evidência o clã político dos “brancos” encapou a candidatura de sua esposa, Luciana Oliveira(PMDB), atual vice-prefeita, depois de uma briga de titãs pelo controle do PMDB local e, após um grande racha com o atual prefeito, onde ambos saíram feridos e com suas bases divididas.

ENGENHEIRO LISBOA: sempre lembrado no PT, foi candidato a prefeito em 2008 pelo partido de Lula. Sua alta sensibilidade social e moral o credencia a novamente repetir uma candidatura própria. Sua disposição, bom nome e a tenaz luta dos companheiros do partido pode lançá-lo a essa condição de destaque. Uma coisa é certa: a idoneidade do Eng. Lisboa e do Partido dos Trabalhadores(PT) não permitirão alianças com vistas a interesses pessoais ou promessas frágeis de participação em governo envolto a corrupção. O PT não pode rasgar em público seus discursos, principal ferramenta ideológica.

GEILSON MEDEIROS: dificilmente Geilson Medeiros, irmão de Gilson Professor e cunhado de Luciana Oliveira se aquietará e não participará dessa campanha. Não será candidato, isso é fato. Está morando em Natal, isso também é fato. Mas, não consigo enxergar Gilson Professor fazendo política sem está perto de seu fiel escudeiro e irmão, Geilson Medeiros, pessoa de enormes qualidades e com tino político singular. A família não pode ser injusta com Geilson que conduziu e “segurou a peteca” por todas as conquistas dos “brancos” na condução da política e da administração, época que GP era prefeito. Gilson Professor costuma dizer que a história política de Baraúna sem ele não seria a mesma. Acrescento, dizendo que se não fosse Geilson Medeiros, Gilson Professor não teria escrito seu nome nessa história. Geilson não ficará fora da eleição de 2012. Por isso, pessoalmente, acredito que mais cedo ou mais tarde, por senso de justiça e reconhecimento, o clã político dos “brancos” exigirá a presença de Geilson Medeiros para equilibrar forças apoiando Luciana Oliveira para o embate que se avizinha.

CÉLIA BEZERRA/VALDECI DOS SANTOS JR: o líder tucano e atual presidente do PSDB local, já foi presidente da Câmara Municipal e sempre demonstrou habilidade política, tem mostrado ser um incansável defensor da tese “Baraúna para os Baraunenses”, bem como, tem sido tenaz na defesa inconteste da oposição. Seu nome e de sua esposa, Célia Bezerra, são lembrados para uma composição, apesar de ambos demonstrarem publicamente desinteresse na missiva eletiva por questões pessoais e familiares que devemos sempre respeitar. Valdeci Júnior, com inteligência ímpar, garante que nem ele e nem Célia Bezerra serão candidatos a nada. O peso do PSDB, atualmente como principal “pilar” da oposição, será decisivo e, pode – eu disse pode, indicar o(a) candidato(a) a vice-prefeito(a) na chapa da oposição. Além do mais, não posso falar pelo PSDB – a qual tem um presidente, mas sou da opinião que se houver uma inviabilidade de Luciana Oliveira em ser candidata por questões judiciais, o PSDB deve indicar o candidato substituto a prefeito na chapa de oposição por uma questão racional: é o partido mais organizado, mais robusto e mais sólido em termos estruturais para o embate que se avizinha. Além de agregar quase que totalmente os outros partidos da oposição em seu entorno, o PSDB tem nomes à altura para uma disputa dessa proporção.

Se os interesses pessoais estiverem colocados no nível adequado – apenas na expectativa de servir ao povo, certamente teremos uma chapa sólida formatada não por que um ou outro acha interessante ou agrada um determinado clã político. Senão, haverá um inevitável racha em proporções inigualáveis para a oposição.

Como a equação é complicada, por envolver situações pontuais que remetem ao passado, a mágoas, a interesses, a brigas familiares, etc., devemos aguardar o tempo acomodar as situações, estando certo que, o peso dos partidos e as circunstâncias do momento definirão quem serão os candidatos.

As escolhas dos nomes, necessariamente, passarão por questões intrínsecas às alianças que serão formatadas, até porque, existem os interesses dos partidos - e não das pessoas. Os partidos são as estruturas da campanha e eles devem decidir. As pesquisas podem ajudar os partidos nessas decisões, sendo um referencial balizador.

Por senso de justiça, não podemos desprezar as lutas encapadas na oposição durante esses últimos anos. Como também o perfil dos pretendentes que se incluíram nessas batalhas e nas defesas sociais. Quem ajudou a situação e agora quer vir para oposição apenas para deleitar-se na expectativa de ser acolhido com pensamento unicamente em se dar bem não é razoável que venhamos a preterir aliados de primeira hora.

Não podemos esquecer que os leões feridos serão sempre priorizados nessas composições, levando em consideração, claro, as circunstâncias de representatividade dos partidos políticos e que, uma possível chapa puro-sangue pode não ser vantajosa a não ser, quando faltam composições, situação que obriga criar um arranjo caseiro.

Nesse caldeirão borbulhante, alguns têm interesses de servir. Outros de serem servidos.

Tenho a intuição que uma chapa vencedora sairá de uma situação não imaginada, inusitada, onde não mais caberá “murro na mesa” ou apenas os “interesses personalistas”. Anotem !!